Disautonomia

disautonomia1Disautonomia é um transtorno provocado pela disfunção do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), que corresponde aos Sistemas Simpático e Parassimpático, relacionados ao controle da vida vegetativa, ou seja, controlam funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura, digestão, pressão arterial, o aumento da freqüência respiratória e outras funções do organismo.

Quando ocorre o desequilíbrio do Sistema Nervoso Autônomo surge a disautonomia que pode manifestar-se de diversas maneiras de acordo com o sistema predominantemente acometido, simpático ou parassimpático. Esta relacionada principalmente a fatores genéticos, vírus, exposição a produtos tóxicos, doenças autoimunes e traumatismos que afetem o Sistema Nervoso Autônomico.

Até 70% das pessoas já desmaiaram ou vão desmaiar pelo menos uma vez na vida. Se isso ocorrer mais de duas vezes em seis meses, é sinal de alerta. Cerca de 70% dos pacientes que procuram serviços de saúde em decorrência de desmaios têm a síndrome vasovagal (um dos tipos de disautonomia).

Esse problema no sistema circulatório também causa outros sintomas, muitas vezes confundidos com epilepsia, labirintite, hiperglicemia e até doença do pânico. Pode acontecer numa queda brusca de pressão, num momento de fortes emoções – como casamentos e enterros – ou ao ficar muito tempo em pé em filas e shows. Outros indivíduos têm isso ao doar sangue, sentir muito calor, fazer exercícios que exigem grande esforço, ficar desidratados ou sem comer, ou ainda ao passar por exames, tratamentos e pequenas cirurgias.

Além da perda de consciência, a pessoa sente tontura, mal-estar, calor, enjôo, palpitação, suor frio, palidez, pressão baixa, pulsação lenta e escurecimento da visão. Geralmente, quem tem a doença desmaia repetitivamente, em situações habituais do dia a dia. Quando o corpo cai no chão, o sangue se redistribui naturalmente e a consciência é recuperada.

Isso ocorre de forma semelhante a uma garrafa de água quase cheia. Quando o recipiente está deitado, o líquido se espalha facilmente. Mas, quando fica em pé, a água desce para o fundo, por causa da gravidade. Ao levantarmos, essa força desloca cerca de 30% do volume de sangue para os membros inferiores. Nessa situação, o corpo precisa da ação do sistema nervoso autônomo para bombear o sangue de volta para o cérebro. No caso de quem é diagnosticado com a síndrome vasovagal, a contração dos vasos sanguíneos, que é fundamental para esse bombeamento, não é eficiente. Assim a quantidade de sangue diminui nas carótidas e no coração. Sensores presentes nas artérias do tórax e do pescoço detectam as alterações da pressão sanguínea. Quando há uma redução significativa da pressão, os sensores automaticamente mandam um estímulo para o cérebro, ocorrendo a liberação de substâncias que levarão o coração a bater mais rápido, a circulação aumenta e aparecem os sintomas.

disautonomia2Os sintomas variam de acordo com a doença de base e em função dos órgãos afetados pelo desequilíbrio simpático/parassimpático. Os mais comuns são fadiga extrema, taquicardia, tontura, dor de cabeça, dormência, comprometimento da função motora, visão turva, boca seca, pouca tolerância a exercícios, angina, distúrbios gastrintestinais, alterações da pressão arterial, impotência, desmaios (síncopes), crises de ansiedade.

O diagnóstico da disautonomia é freqüentemente realizado após diversas consultas com médicos de especialidades diferentes. Isso acontece devido haverem muitas doenças que possuem sinais e sintomas semelhantes com os da disautonomia. Alguns exames podem ser utilizados no diagnóstico, mas o teste de inclinação ortostática (Tilt Table Test) é o exame utilizado com maior freqüência. Ele avalia como a pressão arterial reage às mudanças de postura. Após um período de repouso, o paciente é submetido a mudanças de postura que consistem em inclinações progressivas (elevação da cabeceira) da maca até 60 ou 70 graus. Faixas de segurança colocadas sobre a cintura e os joelhos, além de anteparo para os pés, manterão o paciente seguro na maca. O tempo de permanência em postura ortostática (quase de pé) é variável e pode durar até 45 minutos no caso do teste passivo prolongado. Se ocorrer queda acentuada da pressão arterial, o paciente será prontamente reposicionado para a posição inicial (deitado com a cabeceira a 0 grau ou levemente rebaixada).

O tratamento da disautonomia envolve alguns medicamentos que visam a retenção de liquido dentro dos vasos sanguíneos e a educação do paciente em relação uma boa dieta, hidratação e autogerenciamento dos sintomas. Além disso, pode ser realizado o “Tilt Training”, uma terapia adjuvante no tratamento da síndrome vasovagal que vem demonstrando bons resultados. Consiste em orientar o paciente a manter a posição em pé encostado em uma superfície rígida (ex. parede) em um ambiente tranqüilo, evitando movimentos (mantendo-se imóvel). O paciente irá permanecer nessa posição até o aparecimento dos sintomas, e o treino será realizado diariamente com objetivo de aumentar o tempo de tolerância dessa postura. O “Tilt Training” deve ser prescrito por um médico especialista e inicialmente supervisionado por um profissional com experiência nessa área. Exercícios aeróbios e musculação também podem estar integrados ao tratamento.

Fontes: g1.globo.com/bemestar

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