Insuficiência Cardíaca

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição grave na qual a quantidade de sangue que o coração é capaz de bombear a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as necessidades de oxigênio e nutrientes de todo organismo. A Insuficiência cardíaca (IC) não é uma doença do coração por si só. É uma incapacidade de o coração efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de outras enfermidades, do próprio coração ou de outros órgãos.

Existem a Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) e a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). A ICA é um acontecimento súbito e que ocorre devido à qualquer situação que torne o coração incapaz de uma ação eficaz. Geralmente é decorrente de um infarto do miocárdio, uma arritmia severa do coração ou provocada por doenças não cardíacas.

insuficienciaA ICA é uma situação grave, exige tratamento médico emergencial, e mesmo assim é, muitas vezes, fatal. Alguns exemplos de situações que podem levar a este acontecimento são a hemorragia severa, o traumatismo cerebral grave e o choque elétrico de alta voltagem. Já a ICC pode aparecer de modo agudo mas geralmente se desenvolve gradualmente, às vezes durante anos. Sendo uma condição crônica, gera a possibilidade de adaptações do coração o que pode permitir uma vida prolongada, às vezes com alguma limitação aos seus portadores, se tratada corretamente ou altamente incapacitante em casos mais graves onde o paciente pode apresentar falta de ar, cansaço e fraqueza nas atividades do seu cotidiano.

Certas doenças podem afetar seletivamente o músculo cardíaco, chamado de miocárdio. São as doenças do músculo cardíaco ou miocardiopatias, as quais comprometem a capacidade de contração e relaxamento do coração. Estas miocardiopatias costumam ser divididas em 3 grandes grupos: dilatada (exemplo: miocardiopatia causada pela doença de Chagas), restritiva (exemplo: endomiocardiofibrose) e a hipertrófica (exemplo: miocardiopatia hipertrófica).

A causa mais comum de dilatação e disfunção do músculo cardíaco é a doença arterial coronariana (miocardiopatia dilatada isquêmica), a qual limita o fluxo sanguíneo para o miocárdio pela presença de placas de gordura, podendo ainda acarretar angina do peito ou infarto do miocárdio, que são outras manifestações comuns da doença. A miocardite (infecção do miocárdio causada por uma bactéria, vírus ou outros microrganismos) também pode lesar o músculo cardíaco levando a uma ICC.

Doenças das válvulas cardíacas também causam ICC, pois os distúrbios valvulares aumentam a carga de trabalho do miocárdio, o que acarreta uma diminuição da força de contração cardíaca e, conseqüentemente, o quadro de ICC. Outras doenças que afetam principalmente o sistema de condução elétrica do coração, resultando em batimentos cardíacos lentos, rápidos ou irregulares (arritmias cardíacas e os distúrbios da condução elétrica do coração), prejudicando o bombeamento do sangue por parte do coração também podem causar uma ICC.

A hipertensão arterial pode fazer com que o coração trabalhe mais vigorosamente, tornando inicialmente a musculatura cardíaca mais espessa (hipertrofia ventricular), dificultando a capacidade de relaxamento cardíaco. Com o tempo, poderá surgir uma dilatação cardíaca, diminuição da força de contração e uma ICC.

A descrição dos sintomas de ICC geralmente é suficiente para o diagnóstico da doença. Os achados a seguir podem confirmar o diagnóstico de ICC: pulso fraco e acelerado, hipotensão arterial (pressão baixa), determinadas anomalias nas bulhas cardíacas, aumento do coração, dilatação das veias do pescoço, acúmulo de líquido nos pulmões, aumento do fígado, ganho rápido de peso e acúmulo de líquido no abdômen ou nos membros inferiores.

Uma radiografia de tórax também poderá revelar um aumento do coração e o acúmulo de líquido nos pulmões. Freqüentemente o desempenho cardíaco é avaliado através de outros exames, como o ecocardiograma. Este exame nos fornece indícios sobre a causa da ICC, bem como o tipo de disfunção cardíaca existente: alteração de relaxamento, diminuição da força de contração ou ambos. O ecocardiograma ainda fornece elementos para uma estimativa da gravidade do quadro. Outros exames de laboratório e/ou cardiológicos poderão ser realizados para determinar a causa subjacente da IC .   Os pacientes com IC são classificados de acordo com o grau de limitação física causada pela doença. A classificação mais aceita é a da New YorK Heart Association (NYHA):

  • Classe I: São pacientes com disfunção cardíaca observada no ecocardiograma, no entanto, não há falta de ar ou este sintoma só aparece com a realização de grandes esforços;
  • Classe II: São pacientes que apresentam falta de ar com qualquer esforço acima dos habitualmente realizados;
  • Classe III: São pacientes que apresentam falta de ar aos mínimos esforços, como pentear os cabelos;
  • Classe IV: São pacientes que apresentam falta de ar mesmo ao repouso.

Para controle da evolução desta doença, há necessidade de tratar, se possível, a doença subjacente que desencadeou a ICC. Como exemplo, temos a estenose da válvula aórtica ou mitral, e a hipertensão arterial. Deve-se também tratar o coração insuficiente. Para isso, restringe-se a ingestão de sal. Usam-se medicamentos chamados diuréticos, além de outros que agem diretamente no músculo cardíaco ou que corrigem as arritmias existentes.

É estimulada a mudança de hábitos alimentares e indicação de exercícios físicos supervisionados. Com essas medidas, um médico consegue prolongar por anos a vida de um paciente acometido de Insuficiência Cardíaca Congestiva.

Fonte: portaldocoracao.uol.com.br

 

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